Pirataria
IPTV pirata nos EUA: um mercado de U$ 1 bilhão por ano
Um novo relatório da Nagra, empresa de proteção de conteúdo digital, traçou a estrutura de abastecimento de serviços de IPTV pirata nos EUA. Forneceu também estimativas do tamanho desse mercado no país e mostrou quem está ganhando dinheiro com isso. O relatório é co-apresentado pela Digital Citizens Alliance, um grupo financiado por Hollywood que tem produzido diversos estudos focados no mercado de Cyberlocker e a suposta conexão entre conteúdos piratas e a disseminação de malwares.
Matéria publicada no site TorrentFreak informa que, segundo o relatório, o mercado de IPTV pirata nos EUA gera um bilhão de dólares todo ano. Essa é a receita apenas das assinaturas e exclui os valores associados com compra de hardware (set-top boxes, etc) usados para se acessar os conteúdos.
A Nagra diz que o valor das assinaturas varia muito (U$2 por mês a U$25 por mês), mas em média vai de U$10 por mês a U$15 por mês. Para os propósitos do estudo, a empresa considerou o valor de U$10 por mês como a mensalidade de um assinante típico.
Os pesquisadores acreditam que 9 milhões de residências têm assinaturas de IPTV pirata nos EUA atualmente. No entanto, quando se contabiliza o número de pessoas em cada residência, o número passa a aproximadamente 30 milhões de indivíduos assistindo a conteúdos dessas fontes. Isso corresponde a aproximadamente 9% da população.
O suporte ao IPTV pirata por empresas legais
O relatório constatou que, como não pagam pela programação que compõe o produto, as margens de lucro dos serviços piratas podem chegar a 85%. O relatório estima ainda, que 9 milhões de assinantes de banda larga fixa nos EUA usem um serviço PS IPTV. Além disso, 3.500 sites de lojas, páginas de mídia social e lojas nos mercados online vendem esse tipo de serviços para o mercado norte-americano.
Por isso, nos últimos anos tem crescido a demanda para que empresas legais parem de fazer negócios com sites e serviços de IPTV pirata nos EUA. Processadores de pagamentos, empresas de cartões de crédito, provedores de hospedagem, serviços de websites, empresas de mídias sociais, todas têm participação nessa cadeia. Seja processando diretamente pagamento de assinaturas, seja tolerando campanhas de marketing que levam tráfego aos serviços piratas. Ao menos em parte, o relatório visa colocar essas corporações sob pressão.
Segundo o TorrentFreak, dispositivos dos consumidores podem ser direcionados por malware instalado pelos vendedores de IPTV piratas. Além disso, esses serviços às vezes possuem canais proibidos, incluindo redes de propaganda terrorista.
“Em última análise, o escopo e o tamanho do ecossistema de pirataria de fluxo contínuo deveriam disparar alarmes entre os formuladores de políticas, órgãos policiais, grupos de proteção ao consumidor e os setores de tecnologia e serviços financeiros. Além de desencadear uma discussão séria sobre quais esforços são necessários para diminuir o crescimento do problema ”, afirma o relatório. “Dada sua presença alarmante nas famílias norte-americanas, o assunto merece muito mais atenção.”
Antipirataria
ABTA reforça núcleo de combate à pirataria com a entrada da Watch e da Randy Labs
A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) anunciou a integração da Watch e da Randy Labs ao seu Núcleo de Combate à Pirataria. A iniciativa visa fortalecer a identificação e denúncia de provedores e plataformas envolvidos na distribuição ilegal de conteúdo audiovisual no país, um mercado que, segundo estudos da própria associação, provoca perdas anuais superiores a R$ 15 bilhões.
Fonte: Tela Viva / Imagem: Canva
A Watch, um aplicativo de streaming para provedores de internet, contribuirá com sua experiência em inteligência digital e análise de dados para rastrear atividades ilícitas. “O avanço da pirataria representa uma ameaça real à sustentabilidade do ecossistema audiovisual, comprometendo investimentos, empregos e a segurança digital dos consumidores”, afirmou Maurício Almeida, fundador da Watch e líder do Conselho Antipirataria da Abotts. Ele complementa que “essa parceria com a ABTA reforça a importância da cooperação entre o setor privado e as entidades reguladoras para desmantelar redes ilegais de distribuição de conteúdo e fortalecer a confiança no mercado”.
A outra nova integrante é a empresa portuguesa Randy Labs, especializada em inteligência artificial aplicada à proteção de direitos digitais. A companhia desenvolveu a plataforma DRE – Digital Rights Enforcement, que detecta, valida e aciona medidas automáticas contra a pirataria em tempo real e é utilizada em mais de 20 países. “Hoje, conteúdos audiovisuais são copiados e retransmitidos online em questão de minutos. O desafio não é apenas detectar, mas reagir com precisão e velocidade. É isso que a nossa tecnologia faz”, explicou Carlos Martins, CEO da Randy Labs.
O problema da pirataria atinge uma parcela significativa da população conectada no Brasil, onde quatro em cada dez internautas consomem vídeos piratas. Para o presidente da ABTA, Oscar Simões, a união de forças é um passo fundamental. “Combater a pirataria é proteger o consumidor, o investimento e a inovação. Essa união entre ABTA, Watch e Randy Labs demonstra maturidade e comprometimento de todos os stakeholders do setor em enfrentar o problema de forma estruturada, com base em evidências e colaboração institucional”, destacou.
O Núcleo de Combate à Pirataria da ABTA atua em parceria com órgãos públicos como a Ancine, a Anatel, o Ministério da Justiça, o Ministério Público, o Procon e a Receita Federal.
A ABTA representa as principais empresas do setor de TV por assinatura no Brasil, com a missão de defender os interesses da indústria e liderar iniciativas contra a pirataria audiovisual. Lançada em 2018, a Watch funciona como um hub de conteúdo para provedores de internet, oferecendo acesso a produções de estúdios como Globo, MAX e ESPN para milhares de ISPs no país. A Randy Labs, por sua vez, é uma empresa portuguesa que fornece soluções de inteligência artificial para proteção de conteúdos digitais, atendendo emissoras, ligas esportivas e reguladores globalmente.
Antipirataria
Anatel e Ancine firmam acordo para combater pirataria de conteúdos audiovisuais
A Ancine determinará o bloqueio de sites e aplicativos que distribuam conteúdo clandestinamente; a Anatel, por sua vez, ficará responsável por assegurar que as prestadoras de telecomunicações impeçam o acesso dos clientes ao conteúdo pirata
Fonte: Ministério das Comunicações / Imagem: Ministério das Comunicações
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) assinaram, nesta quinta-feira (15/5), um novo Acordo de Cooperação Técnica com o objetivo de intensificar o combate à pirataria de filmes, séries, eventos esportivos e outros conteúdos audiovisuais no ambiente digital.
O acordo consolida a competência da Ancine na proteção de conteúdos audiovisuais, conforme previsto na Lei nº 14.815, de 15 de janeiro de 2024, e fortalece a atuação conjunta com a Anatel, responsável pela regulação dos serviços de telecomunicações, incluindo a banda larga e o Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), que abrange a TV por assinatura.
A Ancine determinará, dentro de sua atribuição legal, o bloqueio de sites e aplicativos que distribuam conteúdo pirata. A Anatel, por sua vez, ficará responsável por coordenar os mais de 20 mil prestadores de serviços de banda larga para garantir que o bloqueio desse conteúdo clandestino seja efetivado de forma ampla, eficiente e célere.
Desde fevereiro de 2023, a Anatel já atua no combate à pirataria por meio do Plano de Combate ao Uso de Decodificadores Clandestinos do SeAC. A agência foca especialmente nos riscos associados aos chamados TV boxes ilegais, que, além de fornecerem acesso a conteúdo pirata, podem conter software malicioso, representar ameaça à privacidade dos usuários e funcionar como vetores para ataques cibernéticos.
O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, acredita que o acordo é um marco histórico para as duas agências e contribuirá para promover a justa concorrência e a justa remuneração de toda uma indústria que é extremamente importante e transformadora para o Brasil. “É fundamental que nós, enquanto agentes do Estado brasileiro, possamos combater o uso indevido e a distribuição indevida de obras protegidas por direitos autorais”, afirmou.
“O Acordo de Cooperação com a Ancine, além de viabilizar o combate à pirataria de conteúdo audiovisual, ampliará o alcance dos esforços da Anatel para remover os TV boxes dos lares de milhões de brasileiros que, de forma incauta, desconhecem o risco que esses aparelhos trazem para os usuários, para as redes de telecomunicações e para a infraestrutura cibernética do país e do mundo”, afirmou o conselheiro da Anatel, Alexandre Freire, responsável pelo tema no âmbito da Agência.
O diretor-presidente da Ancine, Alex Braga Muniz, disse que a pirataria de conteúdos prejudica a indústria audiovisual do Brasil ao afetar financeiramente os produtores, com impacto na geração de empregos e renda. “Recentemente, o filme Ainda Estou Aqui foi responsável por atrair aos cinemas um grande público, especialmente de pessoas mais jovens. Ao mesmo tempo, o filme vinha sendo distribuído clandestinamente por plataformas”, exemplificou.
A superintendente de Fiscalização da Anatel, Gesiléa Fonseca Teles, lembrou que a atuação da Agência, entre outubro de 2018 e maio de 2025, resultou na apreensão de 1,5 milhão de aparelhos receptores de conteúdo não homologados (TV boxes), avaliados em R$ 353,2 milhões. Desde a inauguração do Laboratório Antipirataria da Anatel, em setembro de 2023, foram bloqueados 24.700 IPs e 4.428 domínios na internet, usados para levar de forma irregular conteúdo às TV boxes não homologadas.O laboratório é resultado de uma parceria entre Anatel e Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA).
