Segurança
Internet Matters orienta sobre pirataria digital para crianças
A organização sem fins lucrativos, Internet Matters, tem se dedicado a criar campanhas e orientar sobre os riscos da pirataria digital focando em um público específico e bastante vulnerável, as crianças. Ao longo das últimas décadas, muitas campanhas foram criadas para prevenir as pessoas sobre os riscos de se copiar, baixar ou compartilhar conteúdo pirata, mas nada específico para esse público.
A ONG Internet Matters tem o propósito de empoderar pais e cuidadores para manter as crianças a salvo dos riscos do mundo digital. Esses riscos podem ser de vários tipos, desde o tempo em que a criança fica online, até questões como cybebullying, acesso a conteúdo inapropriado, reputação online, aliciamento online, pornografia online, self harm, privacidade e roubo de identidade.
Há alguns dias, a Internet Matters lançou uma campanha anti-pirataria com o objetivo de informar os pais sobre como evitar os perigos do consumo de conteúdo via sites e aplicativos ilegais e o uso de dispositivos piratas como porta de entrada para todos os problemas citados.
A segurança na internet sempre foi uma preocupação dos pais quando seus filhos estão online e acessam websites em um PC ou laptop. As pessoas também já estão cada vez mais conscientes dos riscos de aplicativos e redes sociais no celular e tablets. Mas a Internet Matters destaca que, agora, as TVs também podem se conectar à internet e representar os mesmos perigos. Os pais devem estar conscientes que a tela de TV vem com seus próprios riscos, especialmente quando usadas com dispositivos de transmissão online já embarcados.
Quando o acesso a programas, filmes ou música online não é feito por meio de serviços legais, um inocente clic pode colocar as pessoas em risco de vários tipos, alerta a ONG. Desde o acesso a conteúdo impróprio, até a instalação de softwares maliciosos ou vírus nos dispositivos, abrindo informações pessoais e financeiras. É a chamada pirataria digital.
A pirataria digital é realizada por meio de sites suspeitos, dispositivos de transmissão online previamente embarcados nas caixas decoders e outros dispositivos. Podem também ocorrer por meio de aplicativos ilegais em celulares, tablets ou smart TVs.
A Internet Matters criou um infográfico para orientar os pais e dá três dicas principais para se evitar que crianças acessem acidentalmente, ou até intencionalmente, conteúdo impróprio ou ilegal.
Controle dos pais
Assim como os computadores, as TVs conectadas devem ter o recurso para restringir acesso ao navegador de internet. No caso de dispositivos ilegais, esses recursos são significantemente reduzidos, não havendo garantia de que se possa prevenir as crianças de verem conteúdo inapropriado.
Conhecer bem os serviços que se está usando para transmissão online
Use serviços legítimos em sua TV e na web, pois eles podem ser adequadamente classificados por idade. Dispositivos de transmissão podem ser seguros para crianças se forem baixados aplicativos confiáveis. Tanto em serviços pagos como grátis, assegure-se que eles foram ajustados para que crianças não possam assistir conteúdos inapropriados. As crianças devem ser informadas dos perigos que correm usando dispositivos ou baixando aplicativos ilegais.
Estabelecer limites online
A Internet Matters orienta que os pais esclareçam a seus filhos que, ainda que a internet seja um espaço legal, eles podem encontrar conteúdos inapropriados, falsos e prejudiciais. Saiba o que seus filhos gostam de fazer online e defina quais sites e apps são os melhores para eles. Reveja esses sites conforme as crianças vão crescendo e faça com que eles saibam que podem falar se encontrarem algo fora do usual ao acessarem a TV.
Imprensa
Por que esquema na Argentina fez gatonet cair para milhares de brasileiros
A Argentina teve papel central no esquema de gatonet ao abrigar o núcleo de marketing e vendas de uma rede internacional de pirataria que tinha o Brasil como principal destino. Gatonet é o nome popular para plataformas que transmitem canais e conteúdos de streaming de forma ilegal.
Fonte: Uol Imagem: Marcella Duarte
O que aconteceu
Operação na Argentina derrubou serviços de gatonet usados por milhares de brasileiros. A queda no serviço começou neste fim de semana e, embora não haja números oficiais de afetados, centenas de reclamações surgiram em redes sociais e fóruns
Investigação, que corre sob segredo de Justiça, identificou um centro de comando da pirataria em Buenos Aires. Esse escritório argentino era responsável pelo marketing e pelas vendas dos serviços ilegais para o mundo inteiro. Já a administração, finanças e área de TI do esquema ficavam na China.
Argentina foi escolhida como hub por alta capacidade técnica a preços não tão caros. Segundo Jorge Bacaloni, presidente da Alianza (associação da indústria audiovisual que combate a pirataria na América Latina), essas foram as razões para que local abrigue a operação. País concentrava marketing e vendas, enquanto a administração, finanças e TI ficam na China.
Apesar de o esquema operar globalmente, o principal mercado era o Brasil, com 4,6 milhões dos 6,2 milhões de assinantes. A estimativa é de que o grupo movimentasse entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões (R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão) por ano com venda de assinaturas clandestinas.
A ação desativou dezenas de plataformas piratas usadas em TV boxes não homologadas pela Anatel. O Ministério Público da Argentina agiu com apoio da Alianza, associação que representa a indústria audiovisual na América Latina. Entre os principais serviços atingidos estão:
Funcionavam como “Netflix piratas”: My Family Cinema e Eppi Cinema
Liberavam centenas de canais de TV pagos ilegalmente: TV Express;
Outros serviços afetados: Weiv TV, Cinefly, Red Play, Duna TV, Boto TV, Break TV, VTV, Blue TV, Super TV Premium, HOT, ONpix, PLUSTV, Mix, Venga TV, ALA TV, Pulse TV, Football Zone, Nossa TV, MegaTV+, Cineduo, Megamax+, GTV, Nebuplus e Onda TV.
Usuários de serviços como o My Family Cinema passaram a ver uma mensagem de encerramento: “Devido a questões de direitos autorais, esta marca deve encerrar permanentemente seus serviços. Agradecemos sinceramente pela sua confiança e apoio ao longo dos anos”. Reclamações também se multiplicaram no ReclameAqui, com relatos de clientes que pagaram planos anuais e ficaram sem acesso “de um dia para o outro”.
Como funciona o esquema de pirataria
TV boxes piratas usam versões modificadas do sistema Android e instalam apps ilegais que oferecem acesso a conteúdo de streaming e TV paga.
O pagamento é feito por planos mensais, semestrais ou anuais, o que leva muitos consumidores a acreditar que se trata de um serviço legal.
Por não serem homologados pela Anatel, esses aparelhos não passam pelos testes de segurança exigidos para comercialização.
Mesmo após bloqueios, as organizações costumam atualizar os servidores e restabelecer o acesso rapidamente, o que dificulta o combate ao “gatonet”.
Antipirataria
LALIGA se une à ABTA para reforçar a luta contra a fraude audiovisual no Brasil
A LALIGA – Liga de Futebol Profissional da Espanha – deu um novo passo em sua estratégia global contra a fraude audiovisual ao se unir ao Núcleo Antifraude da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura). Com essa parceria, a LALIGA reforça seu compromisso com a proteção dos direitos de transmissão em um mercado-chave como o Brasil, onde a pirataria representa uma das maiores ameaças para a indústria do entretenimento.
Fonte: Istoe / Imagem: Canva
Ao se integrar ao Núcleo Antifraude da ABTA, a LALIGA fortalecerá o ecossistema de combate à fraude audiovisual no País, trabalhando em conjunto com órgãos importantes como a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Entre as principais iniciativas em curso e que serão apoiadas estão:
- Bloqueio de conteúdos ilegais: Implementação de medidas para a desativação de domínios piratas e bloqueio dinâmico de endereços IP em tempo real.
- Operação 404: Apoio à iniciativa do governo brasileiro, que já resultou no bloqueio de milhares de plataformas ilegais, apreensão de equipamentos e detenção de pessoas envolvidas em pirataria digital.
- Colaboração tecnológica: Promoção de ferramentas avançadas para identificar e eliminar transmissões ilegais, reduzindo o impacto da fraude audiovisual.
“O combate à fraude audiovisual está no DNA da LALIGA. Há anos, desenvolvemos soluções inovadoras para a proteção de nossos conteúdos e colaboramos com organismos internacionais para erradicar a fraude AV. O Brasil é uma prioridade nessa luta, e essa parceria com a ABTA nos permitirá dar mais um passo na proteção dos direitos audiovisuais na região”, afirma Guillermo Rodríguez, Diretor de Operações Antifraude Digital e Audiovisual da LALIGA.
O Brasil é um território estratégico para a LALIGA, com um grande interesse pelo futebol espanhol e um forte vínculo cultural com seus clubes. No entanto, o acesso ilegal a conteúdos esportivos continua crescendo. De acordo com um estudo da Ampere, de 2023, 67% dos consumidores brasileiros admitem ter utilizado plataformas ilegais pelo menos uma vez por mês para assistir a esportes ao vivo. Esse fenômeno tem gerado perdas milionárias para a indústria audiovisual, afetando não apenas os detentores de direitos, mas também a economia do país, com um prejuízo estimado em R$ 51,7 bilhões nos últimos cinco anos.
Oscar Simões, presidente da ABTA, destaca a importância de somar a LALIGA a esse esforço: “O apoio de uma organização de alcance mundial como a LALIGA é uma importante contribuição à nossa missão de manter um ecossistema audiovisual seguro e sustentável. É também um reconhecimento aos avanços que tornaram o Brasil uma referência internacional no combate à pirataria audiovisual, graças à cooperação público-privada”.
A pirataria não apenas prejudica as empresas de conteúdo, mas também gera impactos negativos nos empregos, na arrecadação de impostos e no financiamento de atividades ilícitas. “Nesse contexto, a LALIGA continua apostando em uma estratégia global que combina inovação tecnológica, parcerias estratégicas e pressão regulatória para garantir a proteção de seu produto audiovisual em todos os mercados onde atua”, afirma Guillermo Rodriguez.
Estratégia da LALIGA no Brasil contra a fraude audiovisual
A LALIGA adotou uma estratégia integral no Brasil para combater a fraude audiovisual, combinando tecnologia, colaboração institucional e pressão regulatória. Por meio de acordos com entidades locais, a LALIGA busca expandir o uso de bloqueios dinâmicos em tempo real e aumentar a eficiência na desativação de sites ilegais, uma tática já implementada com sucesso na Europa. Além disso, a LALIGA atua junto às autoridades públicas para buscar convencer os intermediários tecnológicos a assumirem maior responsabilidade no combate à pirataria.
A organização também participa da Operação 404, fornecendo inteligência e dados-chave que permitem identificar redes ilegais de distribuição de conteúdo. Com uma visão de médio prazo, a LALIGA aposta em reforçar as capacidades do ecossistema antifraude brasileiro, assegurando um ambiente mais seguro e sustentável para a indústria audiovisual no país.
