Pirataria
AAPA busca apoio da EU para ações anti-pirataria

Não são apenas grupos como o Alliance for Creativity and Entertainment (ACE) que estão engajados em atividades anti-pirataria. O Europe-based Audiovisual Anti-Piracy Alliance (AAPA), que reúne gigantes do broadcasting entre seus membros, como BT, Sky, Canal+, BeIN, DAZN e OSN, além das maiores companhias de esportes incluindo a Premier League, Serie A, LaLiga e DFL, e empresas de tecnologia anti-pirataria como a Irdeto, Nagra e Viacess-Orca, também está engajado em reduzir as violações online, como descreve o site TorrentFreak.
Com foco na prevenção da pirataria de streaming, principalmente de eventos ao vivo, os membros da AAPA têm tido um papel crucial em muitas investigações recentes de pirataria por IPTV. Mas, em comum com outras organizações com objetivos similares, a AAPA deseja dispor de ferramentas adicionais para fazer esse trabalho de forma mais fácil e mais efetiva. Para isso, o grupo busca ajuda da União Europeia (EU).
Um dos primeiros alvos do grupo é o Digital Services Act (DAS), a nova legislação a respeito de conteúdo ilegal, desinformação e transparência publicitária. Detentores de direitos esperam que ela vá incluir regras estritas obrigando empresas de hospedagem, registros de domínios e anunciantes a checar mais profundamente seus potenciais clientes. Mas para a AAPA isso é só o começo. O grupo tem outras demandas.
Intermediários online: Dada a natureza de seus membros, a AAPA destaca a necessidade de introduzir medidas para mitigar o crescimento de operações de IPTV pirata que, de acordo com o grupo, representam um modelo de negócio de “baixo risco e retorno alto” muito explorado durante a pandemia de coronavirus, na medida em que as pessoas tendem a ficar em casa. Para o AAPA, conforme a disponibilidade de conteúdo ilícito dispara, há proporcionalmente, uma ausência de qualidade e taxa de resposta dos intermediários online para notificações de retirada desses conteúdos. Assim, a intenção da Comissão Europeia de estabelecer regras mais rigorosas é encorajada.
Conteúdos ao vivo: Em relação a DAS, a AAPA está buscando melhores ferramentas para lidar com pirataria de conteúdo ao vivo, que é mal servida pela atual estrutura. A AAPA diz que muitos dos conteúdos dos seus membros possuem identificação do tipo marca d’água. Dessa forma, é possível identifica-los rapidamente. Isso significa que esse conteúdo pode ser tratado de forma diferente, além dos limites atuais.
Mais agilidade na resposta a notificações: A AAPA está buscando também a adoção de procedimentos de “notificação e ação” harmonizados, incluindo critérios mais amplos para justificar solicitação de retirada de conteúdo, a possibilidade de enviar múltiplos links para remoção em uma única notificação para evitar atrasos e uma obrigação entre plataformas e provedores de fornecer informação de contato clara para onde as solicitações possam ser enviadas.
Em relação ao conteúdo ao vivo, a AAPA acredita que deveria ser uma obrigação implementar um sistema para rápida remoção de conteúdo pirata ao vivo, que deveria ser removido imediatamente ou não mais do que 30 minutos depois de uma denúncia.
Disputas sobre se um conteúdo deveria ser derrubado não deveria resultar na protelação da remoção de conteúdo ilegal ou potencialmente ilegal.
Em comum com outros detentores de direitos que precisam repetir notificações de retirada para aquilo que é essencialmente o mesmo conteúdo, a AAPA está reivindicando um regime de retirada que garanta que, uma vez que o conteúdo foi removido seguindo uma notificação oficial, ele não possa reaparecer na mesma plataforma.
Infratores reincidentes: Tomando como exemplo os EUA, a AAPA está buscando medidas da União Europeia desenhadas para prevenir a reincidência de violações de direitos autorais. O grupo deseja medidas de entrave para lidar com infratores reincidentes, incluindo restringir e/ou bloquear acesso a usuários que têm sido reportados por subir e até baixar conteúdo ilegal.
A AAPA pede a EU para requerer que plataformas e serviços online implementem “camadas de verificação” para contas de usuários (uma sugestão é tecnologia de “user-fingerprinting”), para prevenir que serviços piratas criem múltiplas contas para escapar de suspensões e bloqueamentos.
Plataformas externas: De acordo com a AAPA, há problemas com plataformas como YouTube e Facebook que vão além do armazenamento de conteúdo pirata em suas plataformas. Esses serviços também contêm material, como vídeos tutoriais ou seções de comentários, que levam usuários para recursos externos que permitem o consumo de conteúdo não licenciado. Nesses casos o Copyright Directive não se aplica, então é necessária uma atenção adicional.
Medidas precisam ser tomadas a nível de União Europeia para aumentar a responsabilização e o dever de cuidar de conteúdo online, independentemente se tal conteúdo online compartilhado em plataformas é considerado como serviço de hospedagem ativo ou passivo.
Auditorias independente de plataformas onlines: apesar de plataformas como YouTube e Facebook terem implementado seus próprios sistemas anti-pirataria, os membros da AAPA não estão convencidos que eles são confiáveis ou operados com imparcialidade. Assim, o grupo está demandando auditorias para eliminar potenciais questionamentos.
Ferramentas de reconhecimento de conteúdo utilizadas por plataformas online para detectar vazamento ilegal de conteúdo protegido por direito autoral deveriam ser transparentes para uma autoridade independente (a nível nacional ou europeu) e regularmente auditado para se ter certeza de que não possuem uma inclinação pró-pirataria e que cobrem todo espectro de conteúdo vazado com as mesmas condições.
Antipirataria
Anatel e Ancine firmam acordo para combater pirataria de conteúdos audiovisuais

A Ancine determinará o bloqueio de sites e aplicativos que distribuam conteúdo clandestinamente; a Anatel, por sua vez, ficará responsável por assegurar que as prestadoras de telecomunicações impeçam o acesso dos clientes ao conteúdo pirata
Fonte: Ministério das Comunicações / Imagem: Ministério das Comunicações
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) assinaram, nesta quinta-feira (15/5), um novo Acordo de Cooperação Técnica com o objetivo de intensificar o combate à pirataria de filmes, séries, eventos esportivos e outros conteúdos audiovisuais no ambiente digital.
O acordo consolida a competência da Ancine na proteção de conteúdos audiovisuais, conforme previsto na Lei nº 14.815, de 15 de janeiro de 2024, e fortalece a atuação conjunta com a Anatel, responsável pela regulação dos serviços de telecomunicações, incluindo a banda larga e o Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), que abrange a TV por assinatura.
A Ancine determinará, dentro de sua atribuição legal, o bloqueio de sites e aplicativos que distribuam conteúdo pirata. A Anatel, por sua vez, ficará responsável por coordenar os mais de 20 mil prestadores de serviços de banda larga para garantir que o bloqueio desse conteúdo clandestino seja efetivado de forma ampla, eficiente e célere.
Desde fevereiro de 2023, a Anatel já atua no combate à pirataria por meio do Plano de Combate ao Uso de Decodificadores Clandestinos do SeAC. A agência foca especialmente nos riscos associados aos chamados TV boxes ilegais, que, além de fornecerem acesso a conteúdo pirata, podem conter software malicioso, representar ameaça à privacidade dos usuários e funcionar como vetores para ataques cibernéticos.
O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, acredita que o acordo é um marco histórico para as duas agências e contribuirá para promover a justa concorrência e a justa remuneração de toda uma indústria que é extremamente importante e transformadora para o Brasil. “É fundamental que nós, enquanto agentes do Estado brasileiro, possamos combater o uso indevido e a distribuição indevida de obras protegidas por direitos autorais”, afirmou.
“O Acordo de Cooperação com a Ancine, além de viabilizar o combate à pirataria de conteúdo audiovisual, ampliará o alcance dos esforços da Anatel para remover os TV boxes dos lares de milhões de brasileiros que, de forma incauta, desconhecem o risco que esses aparelhos trazem para os usuários, para as redes de telecomunicações e para a infraestrutura cibernética do país e do mundo”, afirmou o conselheiro da Anatel, Alexandre Freire, responsável pelo tema no âmbito da Agência.
O diretor-presidente da Ancine, Alex Braga Muniz, disse que a pirataria de conteúdos prejudica a indústria audiovisual do Brasil ao afetar financeiramente os produtores, com impacto na geração de empregos e renda. “Recentemente, o filme Ainda Estou Aqui foi responsável por atrair aos cinemas um grande público, especialmente de pessoas mais jovens. Ao mesmo tempo, o filme vinha sendo distribuído clandestinamente por plataformas”, exemplificou.
A superintendente de Fiscalização da Anatel, Gesiléa Fonseca Teles, lembrou que a atuação da Agência, entre outubro de 2018 e maio de 2025, resultou na apreensão de 1,5 milhão de aparelhos receptores de conteúdo não homologados (TV boxes), avaliados em R$ 353,2 milhões. Desde a inauguração do Laboratório Antipirataria da Anatel, em setembro de 2023, foram bloqueados 24.700 IPs e 4.428 domínios na internet, usados para levar de forma irregular conteúdo às TV boxes não homologadas.O laboratório é resultado de uma parceria entre Anatel e Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA).
Antipirataria
LALIGA se une à ABTA para reforçar a luta contra a fraude audiovisual no Brasil

A LALIGA – Liga de Futebol Profissional da Espanha – deu um novo passo em sua estratégia global contra a fraude audiovisual ao se unir ao Núcleo Antifraude da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura). Com essa parceria, a LALIGA reforça seu compromisso com a proteção dos direitos de transmissão em um mercado-chave como o Brasil, onde a pirataria representa uma das maiores ameaças para a indústria do entretenimento.
Fonte: Istoe / Imagem: Canva
Ao se integrar ao Núcleo Antifraude da ABTA, a LALIGA fortalecerá o ecossistema de combate à fraude audiovisual no País, trabalhando em conjunto com órgãos importantes como a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Entre as principais iniciativas em curso e que serão apoiadas estão:
- Bloqueio de conteúdos ilegais: Implementação de medidas para a desativação de domínios piratas e bloqueio dinâmico de endereços IP em tempo real.
- Operação 404: Apoio à iniciativa do governo brasileiro, que já resultou no bloqueio de milhares de plataformas ilegais, apreensão de equipamentos e detenção de pessoas envolvidas em pirataria digital.
- Colaboração tecnológica: Promoção de ferramentas avançadas para identificar e eliminar transmissões ilegais, reduzindo o impacto da fraude audiovisual.
“O combate à fraude audiovisual está no DNA da LALIGA. Há anos, desenvolvemos soluções inovadoras para a proteção de nossos conteúdos e colaboramos com organismos internacionais para erradicar a fraude AV. O Brasil é uma prioridade nessa luta, e essa parceria com a ABTA nos permitirá dar mais um passo na proteção dos direitos audiovisuais na região”, afirma Guillermo Rodríguez, Diretor de Operações Antifraude Digital e Audiovisual da LALIGA.
O Brasil é um território estratégico para a LALIGA, com um grande interesse pelo futebol espanhol e um forte vínculo cultural com seus clubes. No entanto, o acesso ilegal a conteúdos esportivos continua crescendo. De acordo com um estudo da Ampere, de 2023, 67% dos consumidores brasileiros admitem ter utilizado plataformas ilegais pelo menos uma vez por mês para assistir a esportes ao vivo. Esse fenômeno tem gerado perdas milionárias para a indústria audiovisual, afetando não apenas os detentores de direitos, mas também a economia do país, com um prejuízo estimado em R$ 51,7 bilhões nos últimos cinco anos.
Oscar Simões, presidente da ABTA, destaca a importância de somar a LALIGA a esse esforço: “O apoio de uma organização de alcance mundial como a LALIGA é uma importante contribuição à nossa missão de manter um ecossistema audiovisual seguro e sustentável. É também um reconhecimento aos avanços que tornaram o Brasil uma referência internacional no combate à pirataria audiovisual, graças à cooperação público-privada”.
A pirataria não apenas prejudica as empresas de conteúdo, mas também gera impactos negativos nos empregos, na arrecadação de impostos e no financiamento de atividades ilícitas. “Nesse contexto, a LALIGA continua apostando em uma estratégia global que combina inovação tecnológica, parcerias estratégicas e pressão regulatória para garantir a proteção de seu produto audiovisual em todos os mercados onde atua”, afirma Guillermo Rodriguez.
Estratégia da LALIGA no Brasil contra a fraude audiovisual
A LALIGA adotou uma estratégia integral no Brasil para combater a fraude audiovisual, combinando tecnologia, colaboração institucional e pressão regulatória. Por meio de acordos com entidades locais, a LALIGA busca expandir o uso de bloqueios dinâmicos em tempo real e aumentar a eficiência na desativação de sites ilegais, uma tática já implementada com sucesso na Europa. Além disso, a LALIGA atua junto às autoridades públicas para buscar convencer os intermediários tecnológicos a assumirem maior responsabilidade no combate à pirataria.
A organização também participa da Operação 404, fornecendo inteligência e dados-chave que permitem identificar redes ilegais de distribuição de conteúdo. Com uma visão de médio prazo, a LALIGA aposta em reforçar as capacidades do ecossistema antifraude brasileiro, assegurando um ambiente mais seguro e sustentável para a indústria audiovisual no país.
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