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Pirataria

Propriedade Intelectual: novas estratégias de proteção

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Propriedade intelectual

A pirataria pode prejudicar muito o trabalho criativo quando viola o direito à Propriedade Intelectual ou, o direito dos criadores de qualquer produção do intelecto – sejam obras literárias, artísticas, científicas ou industriais – de obterem, por um período de tempo determinado, uma recompensa por sua criação.

Hoje, a publicidade online é a maior fonte de receita para operadores de sites que violam direitos autorais e propriedade intelectual. Pela complexidade da venda de publicidade online e por ela ser de difícil controle, marcas tradicionais e legais podem encontrar seus anúncios em websites piratas, prejudicando sua imagem e emprestando, inadvertidamente, legitimidade para esse tipo de site, ajudando a confundir os consumidores.

Uma pesquisa sobre sites piratas realizada pelo European Observatory on Infringements of Intellectual Property Rights, do European Union Intellectual Property Office (EUIPO Observatory), mostrou que a publicidade de marcas legais corresponde a mais de 46% de toda publicidade encontrada em sites piratas. Outra pesquisa realizada pela Federation of Indian Chambers of Commerce and Industry (FICCI), mostrou que 73% dos 1,143 sites piratas mais populares são sustentados por publicidade. Estima-se que os maiores sites geraram de 2 a 3,5 milhões de dólares por ano em receitas. Entre os anunciantes, 54% eram marcas conhecidas.

Esse cenário levou a WIPO Secretariat, departamento da WIPOWorld Intellectual Property Organization, uma das 16 agências especializadas da ONU que tem o propósito de promover a proteção da propriedade intelectual ao redor do mundo através da cooperação entre Estados, a reunir um grupo de Estados Membros ativos nessa área, em setembro de 2017. O objetivo foi discutir a possibilidade de se estabelecer uma plataforma online para coordenar o compartilhamento de informação, com o mercado publicitário, sobre websites que violam direito autoral. O conceito apresentado pela Secretariat era o de uma plataforma online segura em que agentes nos Estados Membros estariam habilitados a subir listas de sites infratores. Participantes do mercado publicitário (donos de marcas, agências de publicidade e outros provedores de serviços), seriam autorizados a baixar as listas para orientar suas estratégias de veiculação de anúncios em sites de terceiros.

A plataforma BRIP Database – Building Respect for Intellectual Property Database, tornou-se uma realidade e hoje os publicitários podem assegurar que seus anúncios não aparecerão acidentalmente em sites que violam propriedade intelectual. A intenção é reduzir o fluxo de dinheiro para operadores de sites ilegais, proteger a reputação das marcas e reduzir o risco de anúncios legais emprestarem uma aparência de legalidade aos piratas.

A ABTA – Associação Brasileira de Televisão por Assinatura é signatária do guia de publicidade on line do Ministério da Justiça e realizará denúncias para impedir a monetização e promoção de sites piratas com publicidade on Line.

WIPO PROOF, o cartório digital para criadores

Outra ferramenta oferecida pela WIPO, desde maio deste ano, é o WIPO PROOF – serviço digital capaz de identificar em bens intelectuais digitais a evidência de violação de propriedade intelectual, a qualquer momento, em qualquer arquivo digital e em qualquer formato, incluindo banco de dados. A solução ajuda inovadores e criadores a salvaguardar seus trabalhos ao longo da jornada de desenvolvimento, desde o conceito até a comercialização.

Em um mundo digitalizado, as atividades inovadoras e criativas são frequentemente globais e colaborativas, produzindo uma vasta gama de arquivos de dados contendo conteúdo valioso que pode facilmente ser vítima de uso indevido ou apropriação indevida de propriedade intelectual. Ao criar uma impressão digital com data e hora de um arquivo digital, a ferramenta WIPO PROOF fornece uma espécie de serviço de cartório digital.

Este conteúdo pode variar de segredos comerciais a scripts, partituras musicais e outros trabalhos criativos, a resultados de pesquisas, grandes conjuntos de dados, algoritmos de inteligência artificial ou qualquer registro de negócios.

Todos eles, segundo a WIPO, devem ser tratados como ativos intelectuais e documentados de forma independente e segura em cada estágio de desenvolvimento, independentemente de eventualmente se tornarem direitos formais de propriedade intelectual. A ferramenta ajuda a mitigar o risco de futuras disputas judiciais, e estabelece uma base para o registro de um direito de propriedade intelectual formal.

“A proteção da propriedade intelectual é uma questão cada vez mais relevante em uma economia global altamente dinâmica, onde o valor é cada vez mais baseado na atividade humana apoiada por tecnologias digitais e big data. Por isso, é fundamental para criadores e inovadores protegerem seus produtos digitais”, resume Francis Gurry, diretor geral da WIPO.

Antipirataria

Anatel e Ancine firmam acordo para combater pirataria de conteúdos audiovisuais

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A Ancine determinará o bloqueio de sites e aplicativos que distribuam conteúdo clandestinamente; a Anatel, por sua vez, ficará responsável por assegurar que as prestadoras de telecomunicações impeçam o acesso dos clientes ao conteúdo pirata

Fonte: Ministério das Comunicações / Imagem: Ministério das Comunicações

Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) assinaram, nesta quinta-feira (15/5), um novo Acordo de Cooperação Técnica com o objetivo de intensificar o combate à pirataria de filmes, séries, eventos esportivos e outros conteúdos audiovisuais no ambiente digital.

O acordo consolida a competência da Ancine na proteção de conteúdos audiovisuais, conforme previsto na Lei nº 14.815, de 15 de janeiro de 2024, e fortalece a atuação conjunta com a Anatel, responsável pela regulação dos serviços de telecomunicações, incluindo a banda larga e o Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), que abrange a TV por assinatura.

A Ancine determinará, dentro de sua atribuição legal, o bloqueio de sites e aplicativos que distribuam conteúdo pirata. A Anatel, por sua vez, ficará responsável por coordenar os mais de 20 mil prestadores de serviços de banda larga para garantir que o bloqueio desse conteúdo clandestino seja efetivado de forma ampla, eficiente e célere.

Desde fevereiro de 2023, a Anatel já atua no combate à pirataria por meio do Plano de Combate ao Uso de Decodificadores Clandestinos do SeAC. A agência foca especialmente nos riscos associados aos chamados TV boxes ilegais, que, além de fornecerem acesso a conteúdo pirata, podem conter software malicioso, representar ameaça à privacidade dos usuários e funcionar como vetores para ataques cibernéticos.

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, acredita que o acordo é um marco histórico para as duas agências e contribuirá para promover a justa concorrência e a justa remuneração de toda uma indústria que é extremamente importante e transformadora para o Brasil. “É fundamental que nós, enquanto agentes do Estado brasileiro, possamos combater o uso indevido e a distribuição indevida de obras protegidas por direitos autorais”, afirmou.

“O Acordo de Cooperação com a Ancine, além de viabilizar o combate à pirataria de conteúdo audiovisual, ampliará o alcance dos esforços da Anatel para remover os TV boxes dos lares de milhões de brasileiros que, de forma incauta, desconhecem o risco que esses aparelhos trazem para os usuários, para as redes de telecomunicações e para a infraestrutura cibernética do país e do mundo”, afirmou o conselheiro da Anatel, Alexandre Freire, responsável pelo tema no âmbito da Agência.

O diretor-presidente da Ancine, Alex Braga Muniz, disse que a pirataria de conteúdos prejudica a indústria audiovisual do Brasil ao afetar financeiramente os produtores, com impacto na geração de empregos e renda. “Recentemente, o filme Ainda Estou Aqui foi responsável por atrair aos cinemas um grande público, especialmente de pessoas mais jovens. Ao mesmo tempo, o filme vinha sendo distribuído clandestinamente por plataformas”, exemplificou.

A superintendente de Fiscalização da Anatel, Gesiléa Fonseca Teles, lembrou que a atuação da Agência, entre outubro de 2018 e maio de 2025, resultou  na apreensão de 1,5 milhão de aparelhos receptores de conteúdo não homologados (TV boxes), avaliados em R$ 353,2 milhões. Desde a inauguração do Laboratório Antipirataria da Anatel, em setembro de 2023, foram bloqueados 24.700 IPs e 4.428 domínios na internet, usados para levar de forma irregular conteúdo às TV boxes não homologadas.O laboratório é resultado de uma parceria entre Anatel e Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA).

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Antipirataria

LALIGA se une à ABTA para reforçar a luta contra a fraude audiovisual no Brasil

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A LALIGA – Liga de Futebol Profissional da Espanha – deu um novo passo em sua estratégia global contra a fraude audiovisual ao se unir ao Núcleo Antifraude da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura). Com essa parceria, a LALIGA reforça seu compromisso com a proteção dos direitos de transmissão em um mercado-chave como o Brasil, onde a pirataria representa uma das maiores ameaças para a indústria do entretenimento.

Fonte: Istoe / Imagem: Canva

Ao se integrar ao Núcleo Antifraude da ABTA, a LALIGA fortalecerá o ecossistema de combate à fraude audiovisual no País, trabalhando em conjunto com órgãos importantes como a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Entre as principais iniciativas em curso e que serão apoiadas estão:

  • Bloqueio de conteúdos ilegais: Implementação de medidas para a desativação de domínios piratas e bloqueio dinâmico de endereços IP em tempo real.
  • Operação 404: Apoio à iniciativa do governo brasileiro, que já resultou no bloqueio de milhares de plataformas ilegais, apreensão de equipamentos e detenção de pessoas envolvidas em pirataria digital.
  • Colaboração tecnológica: Promoção de ferramentas avançadas para identificar e eliminar transmissões ilegais, reduzindo o impacto da fraude audiovisual.

“O combate à fraude audiovisual está no DNA da LALIGA. Há anos, desenvolvemos soluções inovadoras para a proteção de nossos conteúdos e colaboramos com organismos internacionais para erradicar a fraude AV. O Brasil é uma prioridade nessa luta, e essa parceria com a ABTA nos permitirá dar mais um passo na proteção dos direitos audiovisuais na região”, afirma Guillermo Rodríguez, Diretor de Operações Antifraude Digital e Audiovisual da LALIGA.

O Brasil é um território estratégico para a LALIGA, com um grande interesse pelo futebol espanhol e um forte vínculo cultural com seus clubes. No entanto, o acesso ilegal a conteúdos esportivos continua crescendo. De acordo com um estudo da Ampere, de 2023, 67% dos consumidores brasileiros admitem ter utilizado plataformas ilegais pelo menos uma vez por mês para assistir a esportes ao vivo. Esse fenômeno tem gerado perdas milionárias para a indústria audiovisual, afetando não apenas os detentores de direitos, mas também a economia do país, com um prejuízo estimado em R$ 51,7 bilhões nos últimos cinco anos.

Oscar Simões, presidente da ABTA, destaca a importância de somar a LALIGA a esse esforço: “O apoio de uma organização de alcance mundial como a LALIGA é uma importante contribuição à nossa missão de manter um ecossistema audiovisual seguro e sustentável. É também um reconhecimento aos avanços que tornaram o Brasil uma referência internacional no combate à pirataria audiovisual, graças à cooperação público-privada”.

A pirataria não apenas prejudica as empresas de conteúdo, mas também gera impactos negativos nos empregos, na arrecadação de impostos e no financiamento de atividades ilícitas. “Nesse contexto, a LALIGA continua apostando em uma estratégia global que combina inovação tecnológica, parcerias estratégicas e pressão regulatória para garantir a proteção de seu produto audiovisual em todos os mercados onde atua”, afirma Guillermo Rodriguez.

Estratégia da LALIGA no Brasil contra a fraude audiovisual

A LALIGA adotou uma estratégia integral no Brasil para combater a fraude audiovisual, combinando tecnologia, colaboração institucional e pressão regulatória. Por meio de acordos com entidades locais, a LALIGA busca expandir o uso de bloqueios dinâmicos em tempo real e aumentar a eficiência na desativação de sites ilegais, uma tática já implementada com sucesso na Europa. Além disso, a LALIGA atua junto às autoridades públicas para buscar convencer os intermediários tecnológicos a assumirem maior responsabilidade no combate à pirataria.

A organização também participa da Operação 404, fornecendo inteligência e dados-chave que permitem identificar redes ilegais de distribuição de conteúdo. Com uma visão de médio prazo, a LALIGA aposta em reforçar as capacidades do ecossistema antifraude brasileiro, assegurando um ambiente mais seguro e sustentável para a indústria audiovisual no país.

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