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Pirataria editorial é o tema da entrevista que Billy Imperial concedeu ao Sou Legal. O autor é campeão de vendas no modelo de auto-publicação de livros no Brasil pela ferramenta Kindle, da Amazon. Seus livros já foram lidos por mais de 30 mil pessoas. Um deles, o eBook “40 Hábitos Financeiros para Uma Vida Melhor” manteve-se por um período como o eBook Kindle mais vendido de toda a loja Amazon. Também é autor dos livros “Como Investir no Tesouro Direto”, “Como Investir na Bolsa de Valores”, “Como Investir na Previdência Privada”, “Você, um autor publicado!” e “5 Dias para criar seu Blog”. Agora, Billy está preparando um novo livro para o segundo semestre. Em estilo diário, vai focar na experiência prática de uma jornada de 66 dias para uma pessoa colocar as finanças em ordem e adotar novos hábitos financeiros. Nessa entrevista, Billy apresenta sua visão sobre criação intelectual, direito autoral e pirataria editorial. Ele não concorda com a argumentação de que a pirataria é decorrência do preço dos conteúdos originais. “Meus livros são vendidos por R$14,90 em média. E mesmo assim são pirateados. Só quem parou para escrever um livro sabe o trabalho que dá e a quantidade de gente envolvida no processo”, diz. Acompanhe a entrevista que faz parte da série “Escritores Brasileiros”, do Sou Legal.

Sou Legal – Conte-nos como você começou a publicar livros.

Billy Beninca – A ideia inicial nunca foi escrever livros. A minha história como autor começou quando decidi investir no Tesouro Direto e não sabia como começar. Perguntei aos amigos se alguém já tinha investido e não encontrei ninguém. Passei, então, a fazer pesquisas na internet, mas as informações eram vagas e dispersas. Somente depois de um certo tempo “perdido” aprendi, na prática, como funcionava o investimento. Virei, então, uma espécie de consultor para meus amigos e ao longo do tempo fui percebendo que eles tinham as mesmas dúvidas que eu tinha no início. Assim, criei um tutorial e passei a enviar por e-mail para qualquer um que perguntasse: — Billy, como investir no Tesouro Direto? Mais tarde, em 2015, descobri que a Amazon permitia que qualquer pessoa publicasse um eBook usando a sua plataforma. Essa informação veio a calhar, pois eu sabia que havia pessoas que poderiam se beneficiar com a minha experiência e ao mesmo tempo eu poderia fazer uma renda extra. Por fim, aquele tutorial se tornou o meu primeiro livro publicado na Amazon, que por motivos óbvios se chamou “Como Investir no Tesouro Direto”. Gostei tanto do processo da escrita e das avaliações dos leitores que continuei escrevendo e publicando outras obras.

SL – Existe uma fórmula para criar livros campeões de vendas? Qual é a sua?

BB – Não existe uma fórmula específica, mas há características e algumas “sacadas” que levaram os meus livros a serem bem aceitos. A principal delas é procurar sempre ajudar as pessoas, escrevendo conteúdo relevante para o público e respeitando o tempo do leitor. A primeira intenção não pode ser o lucro, pois os leitores percebem quando estão sendo usados. Outra característica que funcionou muito bem para mim foi escrever como se estivesse sentado ao lado do leitor, contando-lhe uma história. Escrevo de forma natural e descontraída. Eu chamo isso de “a voz do autor”. Cada um tem a sua e isso nos torna únicos no mundo. Partindo para algo mais prático, uma das grandes lições que aprendi foi planejar um livro buscando uma solução específica para um problema único. Explico. Uma pessoa endividada procura um livro para aprender a se livrar das dívidas imediatamente. Concordamos que ela não pode perder tempo. Dito isso, por que algum devedor compraria um livro genérico sobre educação financeira se há outro que possui uma resposta rápida para o seu sufoco? Outra estratégia que uso é escrever vários livros. Quando alguém termina uma leitura e gosta, torna-se um fiel leitor do autor. Além disso, a própria Amazon faz a sugestão do próximo livro baseado na leitura atual, informando ao cliente que “se você gostou desse livro, pode gostar também deste“, e a obra recomendada é justamente outra do mesmo autor. E assim as vendas vão crescendo. Eu também pesquiso a lista dos mais vendidos da Amazon para me inspirar. Ali estão dicas de livros que estão sendo vendidos, baseados nos assuntos em que os leitores estão ávidos por informação. Usando esta estratégia decidi escrever o eBook “40 Hábitos Financeiros para Uma Vida Melhor” que se tornou por um tempo o eBook Kindle mais vendido de toda a loja Amazon. Estudando o ranking percebi que existiam muitos livros que falavam sobre hábitos: O Poder do Hábito; Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes; Mini Hábitos. Pegando emprestado a ideia, publiquei a minha versão de livro sobre hábitos financeiros.

SL – É viável viver da venda deste tipo de livro digital no Brasil?

BB – A resposta é sim e não. Pode parecer controverso, mas é plenamente compreensível. Faremos, pois, a seguinte análise: muito(a)s brasileiro(a)s passam oito horas por dia trabalhando por um salário mínimo mensal de R$1.045 para poderem sustentar suas famílias. Por sua vez, a venda de eBooks gera uma renda passiva, mensal e recorrente, cujos pagamentos sobrepujam, com folga, o valor do salário mínimo. Então, consciente da nossa realidade, digo que é possível viver da venda de livros digitais. Porém, dizer que é possível viver da “auto publicação” não significa que recomendo largar tudo para viver disso. Sou adepto das múltiplas fontes de renda, e para mim, é muito melhor criar fontes alternativas sem sair do emprego. Sou administrador, trabalho numa empresa de economia mista e ser autor é a minha renda extra.

SL – Sempre foi muito comum fazer cópias xerox de livros. Até nas universidades isso sempre aconteceu. As pessoas ou não enxergam isso como um crime, ou consideram um crime menor e aceitável. Principalmente quando isso está relacionado a “democratização do conhecimento”. Como você vê isso?

BB – É difícil falar sobre o assunto porque eu já fiz muito isso. O professor mesmo deixa o livro disponível para cópia na sala de xerox. É uma prática comum. Cabe lembrar que a Lei de Direitos Autorais não tipifica a reprodução para fins educacionais como uma ofensa ao direito do autor, mas por outro lado, usa expressões imprecisas. Por exemplo, é permitida a reprodução para fins didáticos e rechaça qualquer intuito de lucro. Entretanto, há empresas copiadoras espalhadas pelas faculdades que estão lucrando com esses “fins didáticos”. Ao contrário do que podem pensar, proibir as xerox de livros nos estabelecimentos de ensino não vai ferir o acesso ao conhecimento. As bibliotecas, livrarias, livros digitais e sebos garantem isso. O autor também não pode ser prejudicado se uma universidade, por exemplo, não quer arcar com os custos da aquisição dos livros. Entretanto, eu não sou contra nem acho imoral um aluno copiar trechos de livros visando exclusivamente o seu aprendizado. Mas entendo que a prática pode ser aperfeiçoada. Por exemplo, por que as escolas não pedem autorização para os autores? A maioria deles, de bom grado, permitiria.

SL – Como se dá a cadeia de prejuízos quando uma obra sofre com a pirataria editorial?

BB – Só quem parou para escrever um livro sabe o trabalho que dá e a quantidade de gente envolvida no processo. Como sou um autor independente, quem arca com os custos sou eu. Antes de iniciar a escrita, há toda uma preparação. Faço cursos, compro livros, softwares, participo de palestras, converso com pessoas e abro mão do lazer com a família; tudo para transmitir ao leitor o melhor conteúdo. Fora isso, pago alguém para fazer a capa; outra pessoa para revisar o texto; contrato uma empresa para fazer a diagramação e projeto gráfico para o leitor ter um ebook perfeitinho no Kindle. Depois disso ainda contrato alguém para ajudar com o marketing. Quando alguém pratica a pirataria editorial, prejudica toda esta cadeia de profissionais, e quem prospera é o mau-caratismo.

SL – Sua obra já foi pirateada? Existe algum tipo de controle sobre isso, ou seja, é possível saber quantos livros poderiam ter sido vendidos mas foram pirateados?

BB – Eu vendo os meus livros exclusivamente na Amazon. Porém, já os encontrei à venda em outros sites e vi um canal do Youtube lendo um dos meus livros por completo, página por página, apenas para “gerar conteúdo” para os inscritos. É impossível saber a quantidade de cópias distribuídas ilegalmente e a quantidade de vendas que perdi. Talvez, a grande desvantagem dos eBooks seja esta: a pirataria editorial. É muito fácil copiar um arquivo em pdf e vendê-lo pela internet.

SL – Na sua visão, por que as pessoas aderem à pirataria?

BB – Normalmente as pessoas alegam que compram produtos piratas porque os originais são caros. Não concordo. Os meus livros, por exemplo, estão à venda por volta de R$ 14,90 e ainda assim são pirateados. As pessoas não levam em consideração ou não conhecem os riscos envolvidos. Eu me lembro que havia uma febre de baixar músicas e filmes usando arquivo Torrent ou mesmo comprar um pendrive com milhares de músicas. Mas junto com as músicas e filmes, vinham os vírus. Depois que as pessoas perceberam o risco que corriam, diminuiu o uso do Torrent ou a compra de pendrives com músicas.

SL – Como escritores e editoras podem contribuir para a diminuição da pirataria no âmbito da propriedade intelectual?

BB – Acredito que o caminho seja prestar um serviço ao consumidor, não somente vender livros. O que é a leitura se não uma experiência? As editoras e escritores deveriam focar nisso. Envolver o leitor numa atmosfera que o incentiva a ler mais, conhecer outras obras, gêneros, autores e a compartilhar a sua percepção sobre a obra lida. As editoras poderiam disponibilizar no seu site um espaço para registro do livro comprado de forma que os leitores mais assíduos sejam premiados. Poderiam criar clubes de assinaturas de livros com a participação dos autores, a preços acessíveis e criarem suas próprias plataformas de streaming.

O blog “Sou Legal” foi criado para informar e discutir os riscos e impactos do acesso ilegal aos canais de TV por assinatura.

Antipirataria

ABTA reforça núcleo de combate à pirataria com a entrada da Watch e da Randy Labs

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A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) anunciou a integração da Watch e da Randy Labs ao seu Núcleo de Combate à Pirataria. A iniciativa visa fortalecer a identificação e denúncia de provedores e plataformas envolvidos na distribuição ilegal de conteúdo audiovisual no país, um mercado que, segundo estudos da própria associação, provoca perdas anuais superiores a R$ 15 bilhões.

 

Fonte: Tela Viva / Imagem: Canva

A Watch, um aplicativo de streaming para provedores de internet, contribuirá com sua experiência em inteligência digital e análise de dados para rastrear atividades ilícitas. “O avanço da pirataria representa uma ameaça real à sustentabilidade do ecossistema audiovisual, comprometendo investimentos, empregos e a segurança digital dos consumidores”, afirmou Maurício Almeida, fundador da Watch e líder do Conselho Antipirataria da Abotts. Ele complementa que “essa parceria com a ABTA reforça a importância da cooperação entre o setor privado e as entidades reguladoras para desmantelar redes ilegais de distribuição de conteúdo e fortalecer a confiança no mercado”.

A outra nova integrante é a empresa portuguesa Randy Labs, especializada em inteligência artificial aplicada à proteção de direitos digitais. A companhia desenvolveu a plataforma DRE – Digital Rights Enforcement, que detecta, valida e aciona medidas automáticas contra a pirataria em tempo real e é utilizada em mais de 20 países. “Hoje, conteúdos audiovisuais são copiados e retransmitidos online em questão de minutos. O desafio não é apenas detectar, mas reagir com precisão e velocidade. É isso que a nossa tecnologia faz”, explicou Carlos Martins, CEO da Randy Labs.

O problema da pirataria atinge uma parcela significativa da população conectada no Brasil, onde quatro em cada dez internautas consomem vídeos piratas. Para o presidente da ABTA, Oscar Simões, a união de forças é um passo fundamental. “Combater a pirataria é proteger o consumidor, o investimento e a inovação. Essa união entre ABTA, Watch e Randy Labs demonstra maturidade e comprometimento de todos os stakeholders do setor em enfrentar o problema de forma estruturada, com base em evidências e colaboração institucional”, destacou.

O Núcleo de Combate à Pirataria da ABTA atua em parceria com órgãos públicos como a Ancine, a Anatel, o Ministério da Justiça, o Ministério Público, o Procon e a Receita Federal.

A ABTA representa as principais empresas do setor de TV por assinatura no Brasil, com a missão de defender os interesses da indústria e liderar iniciativas contra a pirataria audiovisual. Lançada em 2018, a Watch funciona como um hub de conteúdo para provedores de internet, oferecendo acesso a produções de estúdios como Globo, MAX e ESPN para milhares de ISPs no país. A Randy Labs, por sua vez, é uma empresa portuguesa que fornece soluções de inteligência artificial para proteção de conteúdos digitais, atendendo emissoras, ligas esportivas e reguladores globalmente.

 

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Antipirataria

Anatel e Ancine firmam acordo para combater pirataria de conteúdos audiovisuais

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A Ancine determinará o bloqueio de sites e aplicativos que distribuam conteúdo clandestinamente; a Anatel, por sua vez, ficará responsável por assegurar que as prestadoras de telecomunicações impeçam o acesso dos clientes ao conteúdo pirata

Fonte: Ministério das Comunicações / Imagem: Ministério das Comunicações

Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) assinaram, nesta quinta-feira (15/5), um novo Acordo de Cooperação Técnica com o objetivo de intensificar o combate à pirataria de filmes, séries, eventos esportivos e outros conteúdos audiovisuais no ambiente digital.

O acordo consolida a competência da Ancine na proteção de conteúdos audiovisuais, conforme previsto na Lei nº 14.815, de 15 de janeiro de 2024, e fortalece a atuação conjunta com a Anatel, responsável pela regulação dos serviços de telecomunicações, incluindo a banda larga e o Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), que abrange a TV por assinatura.

A Ancine determinará, dentro de sua atribuição legal, o bloqueio de sites e aplicativos que distribuam conteúdo pirata. A Anatel, por sua vez, ficará responsável por coordenar os mais de 20 mil prestadores de serviços de banda larga para garantir que o bloqueio desse conteúdo clandestino seja efetivado de forma ampla, eficiente e célere.

Desde fevereiro de 2023, a Anatel já atua no combate à pirataria por meio do Plano de Combate ao Uso de Decodificadores Clandestinos do SeAC. A agência foca especialmente nos riscos associados aos chamados TV boxes ilegais, que, além de fornecerem acesso a conteúdo pirata, podem conter software malicioso, representar ameaça à privacidade dos usuários e funcionar como vetores para ataques cibernéticos.

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, acredita que o acordo é um marco histórico para as duas agências e contribuirá para promover a justa concorrência e a justa remuneração de toda uma indústria que é extremamente importante e transformadora para o Brasil. “É fundamental que nós, enquanto agentes do Estado brasileiro, possamos combater o uso indevido e a distribuição indevida de obras protegidas por direitos autorais”, afirmou.

“O Acordo de Cooperação com a Ancine, além de viabilizar o combate à pirataria de conteúdo audiovisual, ampliará o alcance dos esforços da Anatel para remover os TV boxes dos lares de milhões de brasileiros que, de forma incauta, desconhecem o risco que esses aparelhos trazem para os usuários, para as redes de telecomunicações e para a infraestrutura cibernética do país e do mundo”, afirmou o conselheiro da Anatel, Alexandre Freire, responsável pelo tema no âmbito da Agência.

O diretor-presidente da Ancine, Alex Braga Muniz, disse que a pirataria de conteúdos prejudica a indústria audiovisual do Brasil ao afetar financeiramente os produtores, com impacto na geração de empregos e renda. “Recentemente, o filme Ainda Estou Aqui foi responsável por atrair aos cinemas um grande público, especialmente de pessoas mais jovens. Ao mesmo tempo, o filme vinha sendo distribuído clandestinamente por plataformas”, exemplificou.

A superintendente de Fiscalização da Anatel, Gesiléa Fonseca Teles, lembrou que a atuação da Agência, entre outubro de 2018 e maio de 2025, resultou  na apreensão de 1,5 milhão de aparelhos receptores de conteúdo não homologados (TV boxes), avaliados em R$ 353,2 milhões. Desde a inauguração do Laboratório Antipirataria da Anatel, em setembro de 2023, foram bloqueados 24.700 IPs e 4.428 domínios na internet, usados para levar de forma irregular conteúdo às TV boxes não homologadas.O laboratório é resultado de uma parceria entre Anatel e Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA).

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