Segurança
Bons motivos para evitar serviços ilegais de streaming e IPTV
A promessa de serviços com muitos canais e baixo custo tem levado alguns consumidores a apelar para produtos ilegais, como apps de streaming, complementos de smart TVs e serviços piratas de IPTV. A tentação é muito grande, e esses serviços anunciam uma imensa variedade de programas e eventos. Infelizmente, esses produtos ilegais escondem riscos muito sérios para o usuário e seus equipamentos. Segundo reportagem publicada pelo site MakeUseOf, existem vários bons motivos para não usar serviços ilegais de IPTV:
Prejuízo. O prejuízo financeiro é um dos motivos apontados pela reportagem. Segundo o site, existem dezenas de serviços ilegais de IPTV, que prometem acesso a milhares de canais de TV ao vivo no mundo todo. Esses serviços cobram entre US$ 5 e US$ 15 mensais, com valores adicionais para aparelhos adicionais. E como os serviços legítimos, os sites ilegais oferecem grandes descontos para os usuários que compram pacotes de vários meses de uso. Mas como esses serviços não são legalizados, os consumidores correm um grande risco de prejuízo financeiro, já que os serviços podem mudar a programação sem aviso ou serem retirados do ar pelas autoridades. Como os serviços não são regulamentados, o consumidor certamente não será indenizado pela perda financeira.
Vírus e malware. A maioria dos sites ilegais de IPTV é lotada de anúncios, que surgem de modo agressivo na tela. E esses anúncios não são gerados pelo Google Ads ou outra rede de anúncios de boa reputação. Muitos links desses anúncios são ligados a vários tipos de vírus e malware, programas maliciosos que se instalam no computador ou celular do usuário para furtar dados. Os anúncios enganam o consumidor, disfarçando downloads nos botões de fechar ou iniciar. Muitas vezes, é preciso fechar vários anúncios antes de finalmente assistir um vídeo – e basta um clique errado para que um vírus se instale no equipamento do usuário.
Instabilidade. Os serviços ilegais de IPTV são notoriamente instáveis, com qualidade irregular de transmissão. Muitos programas “congelam” durante a exibição, e vários canais simplesmente não funcionam. E são serviços que o consumidor está pagando para ter acesso. No caso de eventos esportivos ao vivo, o espectador pode perder a transmissão no momento mais importante da partida. Se não existe qualidade de imagem e som nas transmissões, qual é a vantagem para o usuário? O problema se torna ainda pior no caso de streaming ao vivo, porque os detentores dos direitos legais estão sempre monitorando as transmissões piratas e podem suspender o sinal a qualquer momento.
Problemas jurídicos. Acessar conteúdos de TV por meios ilegais pode causar uma dor de cabeça legal para os usuários. Nos Estados Unidos e em vários países da Europa, os proprietários dos programas têm meios para processar aqueles que acessam conteúdos de forma ilegal.
Há uma visão equivocada de que assistir streamings irregulares não é um delito. A ideia é que o usuário não está baixando dados para criar cópias ilegais dos programas, mas na verdade o streaming gera uma cópia temporária do conteúdo no aparelho do usuário – e isso é base para um processo pelas autoridades que regulamentam o setor.
Desde abril de 2017, a União Europeia adotou uma norma que diz que o streaming de conteúdo com copyright sem permissão é um delito punível com multas e sanções. A norma europeia criou uma lista de serviços, sites e add-ons que são definidos como ilegais para o acesso aos conteúdos de televisão.
Bloqueio pelo provedor de acesso. Usar serviços ilegais de streaming e IPTV pode levar o provedor de acesso à internet a bloquear sua conexão à rede. Essa possibilidade surgiu a partir dos casos de downloads ilegais de torrents, mas também se aplica aos serviços de streaming não legítimos.
O detentor dos direitos originais pode acionar o provedor de acesso à internet, que envia um comunicado ao usuário a respeito da violação de copyright. A reincidência no delito pode levar à suspensão temporária ou o cancelamento definitivo do serviço, além de multas e custos legais.
Os serviços ilegais oferecem muitos riscos para um número questionável de vantagens. Atualmente, existe uma grande oferta de serviços legalizados de IPTV e streaming, que não são muito caros e oferecem qualidade e segurança. E o melhor: nos serviços legítimos estão assegurados os direitos do consumidor, que pode ver suas reclamações atendidas em caso de algum problema.
Antipirataria
ABTA reforça núcleo de combate à pirataria com a entrada da Watch e da Randy Labs
A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) anunciou a integração da Watch e da Randy Labs ao seu Núcleo de Combate à Pirataria. A iniciativa visa fortalecer a identificação e denúncia de provedores e plataformas envolvidos na distribuição ilegal de conteúdo audiovisual no país, um mercado que, segundo estudos da própria associação, provoca perdas anuais superiores a R$ 15 bilhões.
Fonte: Tela Viva / Imagem: Canva
A Watch, um aplicativo de streaming para provedores de internet, contribuirá com sua experiência em inteligência digital e análise de dados para rastrear atividades ilícitas. “O avanço da pirataria representa uma ameaça real à sustentabilidade do ecossistema audiovisual, comprometendo investimentos, empregos e a segurança digital dos consumidores”, afirmou Maurício Almeida, fundador da Watch e líder do Conselho Antipirataria da Abotts. Ele complementa que “essa parceria com a ABTA reforça a importância da cooperação entre o setor privado e as entidades reguladoras para desmantelar redes ilegais de distribuição de conteúdo e fortalecer a confiança no mercado”.
A outra nova integrante é a empresa portuguesa Randy Labs, especializada em inteligência artificial aplicada à proteção de direitos digitais. A companhia desenvolveu a plataforma DRE – Digital Rights Enforcement, que detecta, valida e aciona medidas automáticas contra a pirataria em tempo real e é utilizada em mais de 20 países. “Hoje, conteúdos audiovisuais são copiados e retransmitidos online em questão de minutos. O desafio não é apenas detectar, mas reagir com precisão e velocidade. É isso que a nossa tecnologia faz”, explicou Carlos Martins, CEO da Randy Labs.
O problema da pirataria atinge uma parcela significativa da população conectada no Brasil, onde quatro em cada dez internautas consomem vídeos piratas. Para o presidente da ABTA, Oscar Simões, a união de forças é um passo fundamental. “Combater a pirataria é proteger o consumidor, o investimento e a inovação. Essa união entre ABTA, Watch e Randy Labs demonstra maturidade e comprometimento de todos os stakeholders do setor em enfrentar o problema de forma estruturada, com base em evidências e colaboração institucional”, destacou.
O Núcleo de Combate à Pirataria da ABTA atua em parceria com órgãos públicos como a Ancine, a Anatel, o Ministério da Justiça, o Ministério Público, o Procon e a Receita Federal.
A ABTA representa as principais empresas do setor de TV por assinatura no Brasil, com a missão de defender os interesses da indústria e liderar iniciativas contra a pirataria audiovisual. Lançada em 2018, a Watch funciona como um hub de conteúdo para provedores de internet, oferecendo acesso a produções de estúdios como Globo, MAX e ESPN para milhares de ISPs no país. A Randy Labs, por sua vez, é uma empresa portuguesa que fornece soluções de inteligência artificial para proteção de conteúdos digitais, atendendo emissoras, ligas esportivas e reguladores globalmente.
Imprensa
Por que esquema na Argentina fez gatonet cair para milhares de brasileiros
A Argentina teve papel central no esquema de gatonet ao abrigar o núcleo de marketing e vendas de uma rede internacional de pirataria que tinha o Brasil como principal destino. Gatonet é o nome popular para plataformas que transmitem canais e conteúdos de streaming de forma ilegal.
Fonte: Uol Imagem: Marcella Duarte
O que aconteceu
Operação na Argentina derrubou serviços de gatonet usados por milhares de brasileiros. A queda no serviço começou neste fim de semana e, embora não haja números oficiais de afetados, centenas de reclamações surgiram em redes sociais e fóruns
Investigação, que corre sob segredo de Justiça, identificou um centro de comando da pirataria em Buenos Aires. Esse escritório argentino era responsável pelo marketing e pelas vendas dos serviços ilegais para o mundo inteiro. Já a administração, finanças e área de TI do esquema ficavam na China.
Argentina foi escolhida como hub por alta capacidade técnica a preços não tão caros. Segundo Jorge Bacaloni, presidente da Alianza (associação da indústria audiovisual que combate a pirataria na América Latina), essas foram as razões para que local abrigue a operação. País concentrava marketing e vendas, enquanto a administração, finanças e TI ficam na China.
Apesar de o esquema operar globalmente, o principal mercado era o Brasil, com 4,6 milhões dos 6,2 milhões de assinantes. A estimativa é de que o grupo movimentasse entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões (R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão) por ano com venda de assinaturas clandestinas.
A ação desativou dezenas de plataformas piratas usadas em TV boxes não homologadas pela Anatel. O Ministério Público da Argentina agiu com apoio da Alianza, associação que representa a indústria audiovisual na América Latina. Entre os principais serviços atingidos estão:
Funcionavam como “Netflix piratas”: My Family Cinema e Eppi Cinema
Liberavam centenas de canais de TV pagos ilegalmente: TV Express;
Outros serviços afetados: Weiv TV, Cinefly, Red Play, Duna TV, Boto TV, Break TV, VTV, Blue TV, Super TV Premium, HOT, ONpix, PLUSTV, Mix, Venga TV, ALA TV, Pulse TV, Football Zone, Nossa TV, MegaTV+, Cineduo, Megamax+, GTV, Nebuplus e Onda TV.
Usuários de serviços como o My Family Cinema passaram a ver uma mensagem de encerramento: “Devido a questões de direitos autorais, esta marca deve encerrar permanentemente seus serviços. Agradecemos sinceramente pela sua confiança e apoio ao longo dos anos”. Reclamações também se multiplicaram no ReclameAqui, com relatos de clientes que pagaram planos anuais e ficaram sem acesso “de um dia para o outro”.
Como funciona o esquema de pirataria
TV boxes piratas usam versões modificadas do sistema Android e instalam apps ilegais que oferecem acesso a conteúdo de streaming e TV paga.
O pagamento é feito por planos mensais, semestrais ou anuais, o que leva muitos consumidores a acreditar que se trata de um serviço legal.
Por não serem homologados pela Anatel, esses aparelhos não passam pelos testes de segurança exigidos para comercialização.
Mesmo após bloqueios, as organizações costumam atualizar os servidores e restabelecer o acesso rapidamente, o que dificulta o combate ao “gatonet”.