Imprensa
Serviço pirata Set TV é extinto oficialmente nos EUA
Segundo reportagem do site Light Reading, o serviço de streaming Set TV foi oficialmente extinto no início de agosto pela justiça dos Estados Unidos.
Um tribunal da Califórnia condenou a empresa Set Broadcast a pagar indenizações de US$ 7,65 milhões por danos aos operadores oficiais. A sentença também proíbe o serviço de funcionar definitivamente, e interromper a comercialização do aparelho ST-110, um equipamento de streaming que era conectado às TVs dos usuários.
O Set TV cobrava US$ 20 mensais para permitir acesso a mais de 500 canais de televisão sem autorização, e cobrava US$ 89 pelo aparelho ST-110.
Os responsáveis pela empresa, Jason Labossiere e Nelson Johnson, não apresentavam argumentos na defesa, e o tribunal deu a sentença segundo o trâmite padrão nesses casos.
A ação contra a Set Brodcast foi movida em 2018 pela The Alliance for Creativity and Entertainment (ACE), um consórcio de empresas legais que inclui grandes programadoras, estúdios de TV e cinema e canais de televisão, além de serviços legítimos de OTT como Netflix, Amazon e Hulu.
A aliança ACE tem ajudado programadores e distribuidores dos EUA a conter a pirataria via streaming no país. Além da SET Broadcast, as ações da ACE levaram ao fechamento dos serviços TickBox e Dragonbox, que usavam as chamadas caixas Kodi para captar conteúdos de forma ilegal e criar serviços de TV por assinatura. Esses serviços tinham fachadas que pareciam legais, enganando muitos consumidores em busca de serviços baratos de TV.
A ACE está movendo ainda uma ação contra a Omniverse One World Television, que operava um serviço de OTT em parceria com uma empresa chamada HovSat, no estado de New Jersey. A empresa alega que tem um acordo de longa duração com a DirecTV que permite a distribuição de canais de TV pela internet.
A Set Broadcast foi encerrada inicialmente em junho, mas ainda deve responder a uma sentença de um tribunal na Flórida, que demanda pagamento de US$ 90 milhões em indenizações para as empresas Dish Network e NagraStar. Essa sentença também determinou que a Set Broadcast entregasse todos os equipamentos usados para retransmitir os sinais da Dish Network sem autorização.
Imprensa
Por que esquema na Argentina fez gatonet cair para milhares de brasileiros
A Argentina teve papel central no esquema de gatonet ao abrigar o núcleo de marketing e vendas de uma rede internacional de pirataria que tinha o Brasil como principal destino. Gatonet é o nome popular para plataformas que transmitem canais e conteúdos de streaming de forma ilegal.
Fonte: Uol Imagem: Marcella Duarte
O que aconteceu
Operação na Argentina derrubou serviços de gatonet usados por milhares de brasileiros. A queda no serviço começou neste fim de semana e, embora não haja números oficiais de afetados, centenas de reclamações surgiram em redes sociais e fóruns
Investigação, que corre sob segredo de Justiça, identificou um centro de comando da pirataria em Buenos Aires. Esse escritório argentino era responsável pelo marketing e pelas vendas dos serviços ilegais para o mundo inteiro. Já a administração, finanças e área de TI do esquema ficavam na China.
Argentina foi escolhida como hub por alta capacidade técnica a preços não tão caros. Segundo Jorge Bacaloni, presidente da Alianza (associação da indústria audiovisual que combate a pirataria na América Latina), essas foram as razões para que local abrigue a operação. País concentrava marketing e vendas, enquanto a administração, finanças e TI ficam na China.
Apesar de o esquema operar globalmente, o principal mercado era o Brasil, com 4,6 milhões dos 6,2 milhões de assinantes. A estimativa é de que o grupo movimentasse entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões (R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão) por ano com venda de assinaturas clandestinas.
A ação desativou dezenas de plataformas piratas usadas em TV boxes não homologadas pela Anatel. O Ministério Público da Argentina agiu com apoio da Alianza, associação que representa a indústria audiovisual na América Latina. Entre os principais serviços atingidos estão:
Funcionavam como “Netflix piratas”: My Family Cinema e Eppi Cinema
Liberavam centenas de canais de TV pagos ilegalmente: TV Express;
Outros serviços afetados: Weiv TV, Cinefly, Red Play, Duna TV, Boto TV, Break TV, VTV, Blue TV, Super TV Premium, HOT, ONpix, PLUSTV, Mix, Venga TV, ALA TV, Pulse TV, Football Zone, Nossa TV, MegaTV+, Cineduo, Megamax+, GTV, Nebuplus e Onda TV.
Usuários de serviços como o My Family Cinema passaram a ver uma mensagem de encerramento: “Devido a questões de direitos autorais, esta marca deve encerrar permanentemente seus serviços. Agradecemos sinceramente pela sua confiança e apoio ao longo dos anos”. Reclamações também se multiplicaram no ReclameAqui, com relatos de clientes que pagaram planos anuais e ficaram sem acesso “de um dia para o outro”.
Como funciona o esquema de pirataria
TV boxes piratas usam versões modificadas do sistema Android e instalam apps ilegais que oferecem acesso a conteúdo de streaming e TV paga.
O pagamento é feito por planos mensais, semestrais ou anuais, o que leva muitos consumidores a acreditar que se trata de um serviço legal.
Por não serem homologados pela Anatel, esses aparelhos não passam pelos testes de segurança exigidos para comercialização.
Mesmo após bloqueios, as organizações costumam atualizar os servidores e restabelecer o acesso rapidamente, o que dificulta o combate ao “gatonet”.
Eventos
O futuro da TV está em debate!
Nos dias 13 e 14 de agosto, acontece a 8ª edição do +TV FORUM, o encontro essencial para quem atua no ecossistema de conteúdos por assinatura, plataformas OTT e distribuição multiplataforma.
Evento presencial
WTC Events Center | São Paulo, SP
Serão dois dias de discussões de alto nível sobre as transformações do setor, novos modelos de negócio, desafios tecnológicos e institucionais — tudo com foco no posicionamento de canais, programadores e operadores.
Fonte e imagem: Teletime
