Tecnologia
Governo Federal premia destaques na defesa da propriedade intelectual e no combate à pirataria
Solenidade no Palácio da Justiça reconhece iniciativas inovadoras no enfrentamento à pirataria e crimes correlatos
Fonte: Gov.br / Imagem: Jamile Ferraris/MJSP
Autoridades e representantes de organizações públicas e privadas participaram da cerimônia de entrega do Prêmio Nacional de Combate à Pirataria, nessa terça-feira (17), no Palácio da Justiça, em Brasília (DF). O evento homenageou pessoas que se destacaram no enfrentamento contra a pirataria, o contrabando e os crimes relacionados à propriedade intelectual em 2024.
Promovida anualmente, a premiação tem como objetivo reconhecer e valorizar esforços que fortalecem a legalidade e protegem direitos autorais e de propriedade intelectual. A cerimônia destacou casos emblemáticos e iniciativas inovadoras, premiando organizações públicas e privadas que desenvolveram ações bem-sucedidas na temática.
O secretário Nacional do Consumidor e presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), Wadih Damous, enfatizou que a pirataria não é apenas um problema econômico, mas uma ameaça à segurança e aos direitos do cidadão. “O reconhecimento dos esforços de combate a esses crimes reforça o nosso compromisso em garantir um ambiente de consumo mais ético, transparente e seguro.”
Para o secretário-executivo do CNCP, Andrey Corrêa, o fortalecimento do conselho e a ampliação do engajamento da administração pública no combate à pirataria são essenciais para a construção de um mercado mais seguro e justo. “O CNCP vem consolidando sua atuação, promovendo parcerias estratégicas e incorporando novos atores na luta contra a pirataria”.
Conheça os agraciados:
- Isabel Moraes, delegada de Polícia Civil do DF
- Guilherme de Castro Germano, promotor do Ministério Público do Estado de Minas Gerais e coordenador do Grupo Nacional de Apoio ao Enfrentamento ao Crime Organizado (Gaeco)
- Liliane Kissila Avelar Lessa, promotora de Justiça de Campos Gerais (MG)
- Fernanda Costa Garcia Perez, promotor do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MG)
- Hilton Lira, delegado titular da Delegacia de Crimes contra o Consumidor de
Recife (Decon) - Diogenes Netto, delegado da Polícia Civil de Ribeirão Preto (SP)
- Eduardo Martinez, delegado da Polícia Civil de Ribeirão Preto
- Johann Daroszewski Rodrigues, delegado titular do Setor Especializado no Combate ao Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold), do Departamento Estadual de Investigações Criminais de São Bernardo do Campo (SP)
- Wagner Martins Carrasco, delegado titular da 1º Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic-SP)
- André Luiz Brandão, representante do Ministério Público de São Paulo (Cyber Gaeco)
- Miguel de Souza Amado, auditor da equipe de Vigilância e Repressão (EVR) da Receita Federal de Ribeirão Preto (SP)
- Marcos Lopes Rodrigues da Silva, auditor da equipe de Vigilância e Repressão (EVR) da Receita Federal de Ribeirão Preto
- Bruno Silveira da Mata Oliveira, auditor-fiscal da Divisão de Repressão da Receita Federal de São Paulo
- Gesiléa Fonseca Teles, servidora da Agência Nacional de Telecomunicações
- Marcelo Alves da Silva, auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil
- Carlos Eduardo Dulac Olivera Machado, auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil
- Jair Schimitt, representante do Conselho Estadual de Combate à Pirataria de Santa Catarina
- Júlio Castelo Branco, presidente do Instituto Nacional da Propriedade Indústria (INPI)
- Elton Ferreira Barbosa, gerente do Diretório Nacional de Combate à Falsificação do INPI
- Quésia Pereira Cabral, delegada de Polícia Civil do Estado do Pará
- Alesandro Gonçalves Barreto, delegado de Polícia Civil do Estado Piauí
- Cezar Luiz Busto de Souza, representante do Grupo Especial de Investigações sensíveis de Contrabando e Descaminho da Polícia Federal
- Jessica Yukari Hayashi Silva, representante da IP Key Latin America, Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO), dirigido pela Comissão Eurpeia (EUIPO)
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Fonte e imagem: Teletime
Antipirataria
Estratégia de combate às TV Boxes piratas vira missão permanente na Anatel
Um ano após iniciar o “Plano de Ação de Combate à TV Box Pirata”, já é possível afirmar com segurança que essa deixou de ser uma atividade pontual e experimental da Anatel. A iniciativa, que começou sem muita certeza sobre os resultados que seriam alcançados, criou raízes na agência, se tornou referência internacional, ganhou prêmios, estrutura, plano de ampliação e, sobretudo, tornou-se uma rotina permanente na fiscalização da agência de telecomunicações.
Um ano após iniciar o “Plano de Ação de Combate à TV Box Pirata”, já é possível afirmar com segurança que essa deixou de ser uma atividade pontual e experimental da Anatel. A iniciativa, que começou sem muita certeza sobre os resultados que seriam alcançados, criou raízes na agência, se tornou referência internacional, ganhou prêmios, estrutura, plano de ampliação e, sobretudo, tornou-se uma rotina permanente na fiscalização da agência de telecomunicações.
Entre as medidas de ampliação da estratégia que estão em curso estão a ampliação da equipe dedicada ao laboratório e às ações de fiscalização, a automatização das ordens de bloqueio para os provedores de Internet e provedores de cabos submarinos (que passarão a receber o comando em tempo real, assim que os endereços forem identificados pela agência) e a efetivação do acordo com a Ancine, que permitirá o bloqueio não apenas das TV Boxes mas também de sites e aplicativos de distribuição de conteúdos piratas.
Segundo Marcelo Alves, superintendente de fiscalização da Anatel, já é possível dizer que o plano é hoje parte das atividades da agência pelos resultados alcançados. “Nosso objetivo nunca foi acabar com 100% das caixas piratas, porque sempre surgirão novos fabricantes e tecnologias. Mas o nosso objetivo é fazer com que o serviço pirata fique tão ruim e instável que as pessoas não se sintam motivadas a comprar”, diz o superintendente.
Trabalho permanente, mas será automatizado
Para o conselheiro da Anatel Artur Coimbra, que responde no conselho da Anatel pela estratégia de combate à pirataria, ressalta o trabalho permanente que precisa ser desempenhado. “Não é uma ação pontual, é um acompanhamento constante das plataformas de distribuição desses sinais piratas. Isso só foi possível com o laboratório que a Anatel montou e com a qualificação da equipe”, diz o conselheiro.
Em termos numéricos, a Anatel ampliou progressivamente o tamanho da operação e hoje monitora cerca de 5 mil endereços IPs, mantém cerca de 1 mil permanentemente bloqueados por estarem diretamente ligados às atividades ilegais, tem uma lista negra de 240 endereços de DNS e monitora dezenas de modelos de aparelhos. Mas o número deve crescer muito.
Hoje, o processo de identificação dos IPs utilizados para distribuir os códigos de habilitação das caixas e distribuição dos conteúdos é feito permanentemente, mas existe um cuidado de decidir o que vai ser bloqueado, para evitar afetar serviços legítimos que possam estar compartilhando os mesmos endereços. Outro processo trabalhoso é o de executar os comandos para que os diferentes ISPs e provedores de infraestrutura de cabos submarinos recebam as ordens de bloqueio. Como existem mais de 20 mil provedores credenciados na Anatel, esse comando é executado apenas pelos maiores, que representam hoje cerca de 65% do mercado, chegando a 80% nos plantões. Com a automatização dessas ordens de bloqueio, a Anatel quer chegar instantaneamente à maior parte dos provedores. O sistema que permitirá esses comandos será o mesmo a ser utilizado para o cumprimento das ordens judiciais, sobretudo no período das Eleições 2024.
“O resultado a gente mede pelas redes sociais, nas redes de revenda e nos influenciadores. É nítido que o serviço de TV Box pirata se tornou inseguro para quem compra o equipamento, tanto que muitos provedores clandestinos agora estão tentando vender assinatura”, diz Alvez.
Criar um desestímulo
Para Artur Coimbra,o objetivo da Anatel é criar um desestímulo. “O usuário de uma TV Box nunca vai ter certeza até quando o serviço vai funcionar. Pode até ficar ativo um tempo no começo, mas uma hora ele vai cair”, diz o conselheiro.
A Anatel não monitora o conteúdo que está sendo trafegado porque, mesmo que seja um conteúdo ilegal, o Marco Civil da Internet estabelece que nem agência nem as operadoras teriam essa prerrogativa. Mas a agência não esconde que dá preferência em disparar as operações de bloqueio durante eventos de maior audiência (jogos de futebol, realities etc). “A nossa preocupação é com a vulnerabilidade da rede criada por equipamentos não homologados e com a prestação do Serviço de Acesso Condicionado (nome técnico para TV por assinatura) sem outorga. Quem tem a responsabilidade legal de olhar se o conteúdo está sendo pirateado é a Ancine, e o nosso acordo de cooperação prevê que eles podem usar a nossa estrutura se quiserem”, diz Coimbra.
A experiência da Anatel é considerada tão exitosa que tem sido observada por outros reguladores a partir das publicações técnicas feitas pela agência nos repositórios internacionais de boas práticas regulatórias. Hoje, vários países já buscam o Brasil atrás de informações sobre o modelo de combate à pirataria que possam ser replicados em outros mercados.
Marketplaces e Siscomex
Mas dentro do plano de combate à pirataria, ainda há dois aspectos que a agência vê necessidade de melhorias. O primeiro é a falta de cooperação com os marketplaces digitais. “Já estamos há um bom tempo pedindo para eles, por meio de ofícios, que colaborem com a Anatel, reiterando que a venda de equipamentos não homologados é crime. Mas sempre há uma resistência, uma complicação alegada para que os equipamentos não sejam vendidos. Já chegamos ao limite”, diz Marcelo Alves, apontando que a partir de agora a tendência é que a Anatel passe a sancionar e multar cada vez mais esses marketplaces, além de novas medidas que estão em estudos.
O outro ponto em que a Anatel vê espaço para melhorias é no processo de busca e apreensão de equipamentos clandestinos que chegam pelas vias regulares de importação. Hoje, a agência não é parte do Siscomex (Sistema de Comércio Exterior), o que significa que a agência não é alertada quando existe alguma importação de equipamentos que estejam sob a sua alçada. Assim, as operações de busca e apreensão só acontecem quando a fiscalização da Anatel vai à campo aleatoriamente ou acaba sendo chamada pelas autoridades alfandegárias. “Já pedimos desde o começo do ano para ingressar no Siscomex para podermos ter o acesso automatizado às importações que mereçam fiscalização nossa”, diz Coimbra. “Parece que teremos uma resposta positiva, o que vai ajudar muito o nosso trabalho de fiscalização das importações legais e combate ao mercado de equipamentos não homologados”.
Matéria : Tela Viva
Imagens: de Alexa por Pixabay, yousafbhutta por Pixabay
