Regulação
Receita Federal destrói quase 100 mil caixas piratas destinadas a milícias
Caixas piratas apreendidas pela Polícia desde 2019 foram destruídas no início do mês. Milícias no Rio de Janeiro eram as destinatárias.
Pouco mais de 97 mil caixas piratas importadas da China foram destruídas pela Receita Federal no início do mês. A carga foi obtida a partir de uma ação conjunta de apreensão entre o órgão e as Polícias Federal e Civil do Rio, que interrompeu o abastecimento de milícias cariocas que lucrariam com a venda da mercadoria para a população.
A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), que apoia a ação, estima que cerca de 4,5 milhões de lares brasileiros possuam aparelhos ilegais deste tipo atualmente, o que configura um prejuízo de R$9,5 bilhões por ano à indústria audiovisual. Isso se traduz em aproximadamente R$1 bilhão que deixam de ser arrecadados pelo Estado com impostos e não são retornados à população sob a forma de investimentos governamentais.
Segundo o Superintendente da Receita Federal na 7ª Região Fiscal, o auditor Flávio José Passos Coelho, uma rede clandestina de serviços ilegais deste nível traz prejuízos para todos ao eliminar empregos e investimentos no país. Os responsáveis pela carga apreendida poderão responder também por contrabando, violações de direitos autorais, concorrência desleal e crime contra as relações de consumo.
As apreensões de aparelhos de TV piratas no estado do Rio de Janeiro – que também contam com a participação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e da Agência Nacional do Cinema (Ancine) – vêm acontecendo desde 2019 e já culminaram com a retenção de mais de um milhão de caixas piratas até agora. Existe uma parceria entre a Receita Federal e uma Universidade do Rio para que a carga não destruída seja doada para alunos de escolas públicas poderem assistir a videoaulas durante a pandemia.
Para saber mais, leia a matéria original do jornal O Globo.
