Pirataria

Pesquisa: cresce público contra pirataria e disposto a pagar por conteúdo

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Os resultados de duas pesquisas realizadas pelo European Union’s Intellectual Property Office (EUIPO) foram divulgados recentemente. Uma delas  teve como temática a infração de direitos autorais online na União Europeia (Online Copyright Infringement in the EU – Dezembro 4, 2020), a segunda, avaliou a percepção dos cidadão europeus sobre propriedade intelectual (European Citizens and Intellectual Property – Novembro 17, 2020).

A pesquisa European Citizens and Intellectual Property, também chamada tem de IP Perceptions, tem o objetivo de fornecer um cenário da evolução da percepção dos cidadãos sobre direitos de propriedade intelectual na União Europeia.

Foi realizada entre 1 de junho e 6 de julho de 2020. Foram feitas 25.636 entrevistas com residentes em 27 países da União Europeia, com 15 anos ou mais. O questionário utilizado foi similar ao de um estudo anterior, realizado em 2017, para permitir a comparação dos resultados.

A pesquisa deste ano, descobriu que a porcentagem de pessoas que estão dispostas a pagar por conteúdo aumentou, de 25% em 2017, para 42% em 2020. As pessoas também estão pesquisando mais para saber se os conteúdos oferecidos por sites são legais (de 14% em 2017 para 20% em 2020), diz o estudo.

Outro achado da pesquisa foi que, conforme as pessoas entendem o que é propriedade intelectual, elas tendem a aderir menos a comportamentos que infringem a lei, e são duas vezes mais propensas a considerar que propriedade intelectual beneficia artistas e criadores entre outros (de 10% em 2017 para 20% em 2020). Outros achados da pesquisa foram:

• Um decréscimo foi observado nas infrações de propriedade intelectual – de 7% em 2017 para 5% em 2020 para a compra intencional de produtos falsificados e de 10% em 2017 para 8% em 2020 de compra intencional de conteúdo pirata.
• Jovens são mais propensos a comprar produtos falsificados e/ou acessar material pirateado. Eles também são os principais usuários de internet de todos os grupos pesquisados.
• Decréscimo de 1%, de 10% em 2017 para 9% em 2020 daqueles que foram levados a comprar produtos falsificados.
• Aumento daqueles que refletem se o produto que compram é original ou não (de 33% em 2017 para 37% em 2020).
• Aumento de 12% em 2017 para 17% em 2020 daqueles que pensam que comprar produtos falsificados pode prejudicar sua imagem.

Filmes lançados internacionalmente são mais pirateados

A segunda pesquisa, Online Copyright Infringement in the EU, foi baseada na análise dos 30 trabalhos criativos mais frequentemente pirateados em cada um dos estados membros da União Europeia, incluindo 316 filmes, 500 músicas e 309 séries de TV. Dados de consumo de conteúdo pirateado foram obtidos da MUSO, plataforma de dados sobre pirataria, enquanto dados sobre consumo legal de filmes foram obtidos do European Audiovisual Observatory’s Lumiere database.

Dois padrões emergiram desse estudo: primeiro, a pirataria acontece predominantemente com filmes de sucesso que tenham lançamento internacional. Por essa razão, as produções americanas são as mais pirateadas, 84% da lista da MUSO.

O segundo padrão mostra que filmes lançados em seu país de produção, mas não internacionalmente, sofrem pirataria nos mercados fora de seu país maior do que o sucesso comercial no país de origem. Em ambos os casos, filmes recentes são mais pirateados.

Esse é o caso de filmes do Canadá, Austrália, China, Finlândia, Alemanha, Índia e Rússia. Os filmes desses sete países representam 2,8% da pirataria de filmes e 1,8% de exibição nos cinemas da União Europeia. Embora o total pirateado desse grupo seja menor, eles sofrem relativamente maior pirataria do que os filmes mais amplamente distribuídos.

A pirataria está concentrada nos lançamentos. Assim, mantidos outros fatores constantes, filmes produzidos antes de 2017 sofrem 58% menos pirataria do que produções de 2017.

Veja no site de serviço de inteligência de mercado, Piracy Monitor, as duas pesquisas.

 

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