Pirataria

Pirataria ameaça as séries mais amadas na TV

Além de produtos culturais, as obras audiovisuais são ativos econômicos. Toda vez que há alguma ação fora da lei, há uma perda econômica para a produtora e toda cadeia produtiva, e também para o Estado.

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A pirataria é uma grande ameaça para um dos hábitos mais populares dos fãs de televisão: assistir séries. As séries dos canais e plataformas de assinatura se tornaram a maior febre entre os espectadores de TV nos últimos anos, e essa atividade pode ser abalada pela pirataria de conteúdos.

Segundo notícia do Olhar Digital, somente nos Estados Unidos a indústria de TV e cinema perde quase US$ 30 bilhões por ano com a pirataria. Os EUA são o maior mercado de filmes, séries e televisão do mundo, e é possível estimar que o prejuízo mundial seja pelo menos cinco vezes maior.

Enquanto uma economia muito robusta como a dos EUA tem lastro suficiente para absorver o prejuízo em termos relativos, os mercados periféricos (incluindo o Brasil) sofrem mais com a atividade criminosa. Em países como o Brasil, a Índia e outras nações em desenvolvimento, o furto de conteúdo tem o potencial de causar um impacto bem maior sobre as produções.

Séries locais, que passam por dificuldades burocráticas para conseguir financiamento, dependem muito da distribuição legal do conteúdo para recuperar seus investimentos. Sem um resultado positivo, muitas séries populares correm o risco de serem canceladas por falta de dinheiro.

Perda econômica para toda a cadeia produtiva e para o Estado

Segundo Mauro Garcia, presidente executivo da Bravi (Brasil Audiovisual Independente), entidade sem fins lucrativos que reúne 667 produtoras de todo o país, e tem o objetivo de auxiliar no desenvolvimento do mercado audiovisual brasileiro, a pirataria nacional de séries prejudica tanto as produtoras (que são na maior parte independentes) como a economia fiscal do país.

Garcia diz que a associação tem um grupo interno de trabalho para monitorar as atividades ilegais nessa área. Para o executivo, as obras audiovisuais são além de produtos culturais, ativos econômicos. “Toda vez que há alguma ação fora da lei, há uma perda econômica. E hoje quando a obra utiliza o fomento público, ocorrem duas lesões econômicas pela pirataria: uma para a produtora e toda cadeia produtiva, e outra para o Estado. O fundo setorial é reembolsável. Então, parte desse reembolso não retornará em função deste tipo de ilegalidade”, diz.

Segundo Garcia, a Ancine tem um grupo de trabalho que se dedica às questões da pirataria. No caso das produtoras, elas têm aperfeiçoado os seus mecanismos de identificação e se manifestado judicialmente contra plataformas que distribuem conteúdos, filmes e séries sem que detenham os direitos. “Já passamos da fase romântica de achar que esse tipo de ação ajuda a divulgar a obra”, completa.

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