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Set Expo 2019 tem painel sobre combate à pirataria de vídeo
A Set Expo 2019, evento de tecnologia e inovação realizado no dia 27 de agosto, reuniu especialista para um painel sobre pirataria de conteúdo audiovisual. O consultor sênior da coordenação Núcleo Antifraude e representante da ABTA, Antonio Salles; o gerente de operações de segurança da Nagra para a América Latina, Anderson Torres; e o CEO da consultoria especializada LTAHUB, Ygor Valério, reconhecem o fato de que os piratas contaminaram a cadeia de distribuição legal do setor, composta pela produção do conteúdo legal, armazenamento, redes de distribuição (CDNs) e redes de acesso. Essas quadrilhas virtuais estão cada vez mais mescladas à cadeia produtiva e de contribuição.
Segundo dados apresentados durante o evento, a pirataria no Brasil é estimada em 24% da população, e a expansão do acesso à banda larga tem provocado uma mudança no perfil de quem fornece o conteúdo ilegal. Em geral, são homens de 18 a 30 anos, trabalham sozinhos, têm conhecimentos básicos de informática e conexão de alta velocidade para o upload dos canais piratas.
Para os especialistas, o pirata hoje é extremamente disruptiva. A luta contra esse tipo de crime passa por uma adequação da lei brasileira. Por exemplo, a inclusão de um dispositivo que preveja um limite para a ilegalidade na questão de neutralidade das redes. Também seria necessária uma discussão sobre a questão da liberdade de expressão no contexto da pirataria.
Outra questão levantada durante o painel da Set Expo 2019 foi da responsabilização das plataformas tecnológicas. Segundo Ygor Valério, é muito difícil conseguir que uma plataforma tecnológica auxilie no combate à pirataria para além do que a lei exige. E a lei exige muito pouco, apenas que a plataforma retire conteúdos quando for informada sobre uma violação. “A nova Diretiva Europeia sobre Direitos de Autor, aprovada em abril deste ano, vem justamente inverter essa lógica e coloca uma responsabilidade nas plataformas de conteúdo de controlar a disponibilização de materiais ilícitos nas suas redes”, informa.
